Uma empresa que tenha 20 fumantes em seu quadro funcional,
o
custo anual do vício desses empregados atingirá a casa de R$ 259.200.
As empresas que têm fumantes em seus quadros de funcionários
podem começar a se preocupar com as questões da produtividade desse pessoal.
Segundo levantamento de Marcelo Maron, diretor-executivo de um Grupo, que
reúne corretoras e faz a gestão de planos de saúde corporativos, um empregado
que fuma pode estar desperdiçando 20% do seu dia de trabalho com o vício, o que
equivale a um quinto de sua jornada diária, normalmente de oito horas.Segundo o executivo, hoje, com a eliminação dos fumódromos
nas empresas, os empregados que fumam precisam ir para a rua ou para ambientes
arejados.
E, dependendo do movimento do prédio em que trabalham e das
distâncias envolvidas, além do tempo necessário para fumar um cigarro apenas,
contando o deslocamento da sua sala até a rua, o tempo médio dessa atividade
não será inferior a 15 minutos de trabalho perdidos para cada cigarro fumado:
“Vamos supor um fumante razoavelmente controlado, que fume
apenas seis cigarros durante as oito horas de trabalho, três pela manhã e três
à tarde.
Levando em conta a
média de tempo apurada acima, esses seis cigarros vão consumir 90 minutos de um
dia de trabalho. Nada menos que uma hora e meia de uma jornada de oito horas se
esvai com o vício, o que equivale a quase 20% do horário de trabalho” alerta
Maron.
Maron fala dos custos que um empregado pode custar e dá como
exemplo um empregado com um salário de R$ 3.000 por mês. Somando ao salário os
benefícios e encargos legais, esta remuneração chega a R$ 5.400/mês. Se o
empregado está ausente quase 20% deste tempo para fumar, seu vício custa R$
1.080 por mês para a empresa, ou R$ 12.960 por ano.
“É incrível, mas a quantia pode até ser bastante
significativa em relação ao resultado do negócio”assinala Maron. Para o consultor, esses cálculos, relativamente
conservadores, explicam o fato de que muitas empresas estão preterindo fumantes
em seus processos seletivos. Além disso, há uma grande pressão para que os
fumantes deixem de fumar durante o expediente.
“Tenho visto isso com frequência cada vez maior. Se há
empate entre bagagem acadêmica e experiência, com certeza o fumante terminará
eliminado do processo seletivo, embora muitas empresas se neguem a admitir
isso”explica o consultor.
Mas há outra conta que joga contra o fumante, segundo Maron:
o cálculo do uso do plano de saúde. Como as organizações arcam com custos
crescentes em relação a esse benefício, contar com muitos fumantes em seus
quadros pode ser desastroso para o caixa da empresa:
“Empregados com problemas circulatórios, cardíacos ou até
mesmo de câncer elevam de modo considerável os gastos com o plano de saúde, que
já é a segunda maior despesa de pessoal das empresas, logo após a folha de
pagamento. Nesse sentido, reduzir o número de fumantes no trabalho é um fator
de redução do custo do plano de saúde, e as empresas estão caminhando nessa direção”.
Entrevistada pelo JT, Ylana Miller diretora da empresa Yluminarh
que trata de desenvolvimento profissional e docente de gestão de RH ressalta
que pausas durante o dia podem ser saudáveis para aliviar o estresse e
estimular a criatividade, sendo ainda mais benéficas quando favorecem a saúde
física e mental ao mesmo tempo:
“Pausas durante o expediente são saudáveis;Há diversas
organizações que estimulam essas “pausas saudáveis”, seja através de academias
de ginástica e/ou de outros ambientes que estimulam a socialização, como um
local específico para um cafezinho ou até mesmo um lanche rápido”, afirma
Ylana.
De acordo com a especialista, empresas e líderes podem ter
um papel diferenciado ao implementarem projetos de qualidade de vida, que incluem
programas de antitabagismo. E, afirma, cabe ao funcionário decidir se quer
participar.